INTRODUÇÃO: Estima-se 30.000 a 40.000 novos casos de paralisia cerebral, por ano, no Brasil. Os transtornos motores causados pela paralisia cerebral podem acarretar alterações na deglutição uma vez que alteram as fases preparatória, oral, faríngea e esofágica. OBJETIVO: Identificar os métodos de reabilitação existentes, na área da disfagia, nos casos de paralisia cerebral, com ênfase na busca por pesquisas que utilizaram os métodos neuroevolutivo Bobath, método Rodolfo Castillo Morales, terapia sensório motora orofacial e educação continuada. SÍNTESE DOS DADOS: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura médica e fonoaudiológica sobre a reabilitação da disfagia orofaríngea em crianças com paralisia cerebral, abrangendo o período de 1977 a 2010, sem exclusão por língua ou nacionalidade. Dentre os 310 artigos encontrados, apenas 22 (7,09%) abordavam a atuação fonoaudiológica nas disfagias orofaríngeas em crianças com paralisia cerebral. Das 22 pesquisas encontradas 12 (54,5%) são do Canadá, 3 (13,6%) do Japão, 2 (9%) do Brasil, 2 (9%) da Alemanha, 1 (4,5%) dos EUA, 1 (4,5%) do Reino Unido e 1 (4,5%) da Polônia. 63,6% utilizaram a terapia sensório motora orofacial como método terapêutico, 36,3% mencionaram a educação continuada como forma de abordagem terapêutica, e apenas 18,1% e 9% utilizaram o método Bobath e o método Rodolfo Castillo Morales, respectivamente. CONCLUSÃO: Mesmo com uma população de portadores de paralisia cerebral aumentando constantemente ainda são poucas as pesquisas que englobam a (re)habilitação destas crianças no que diz respeito aos tratamentos das disfagias orofaríngeas.
INTRODUCTION: There are an estimated 30,000-40,000 new cases of cerebral palsy per year in Brazil. Motor disorders caused by cerebral palsy can lead to dysphagia as they may alter the preparatory, oral, pharyngeal, and esophageal phases. AIM: To identify existing rehabilitation methods of swallowing disorders in cerebral palsy, with emphasis on the pursuit of research using the Bobath concept, the Castillo Morales concept, oral sensorimotor therapy, and continuing education. SUMMARY OF THE FINDINGS : We performed a systematic review of the medical and speech therapy literature on the rehabilitation of oropharyngeal dysphagia in children with cerebral palsy spanning 1977-2010 and from all languages and nations. Among the 310 articles retrieved, only 22 (7.09%) addressed therapeutic rehabilitation of oropharyngeal dysphagia in children with cerebral palsy. Of the 22 reports, 12 (54.5%) were from Canada, 3 (13.6%) were from Japan, 2 (9%) were from Brazil, 2 (9%) were from Germany, 1 (4.5%) was from the USA, 1 (4.5%) was from the United Kingdom, and 1 (4.5%) was from Poland. Of these reports, 63.6% used oral sensorimotor therapy as a therapeutic method, 36.3% reported continuing education as a therapeutic approach, and only 18.1% and 9% used the Bobath concept and Castillo Morales concept, respectively. CONCLUSION: Even with a constantly increasing cerebral palsy population, few studies include (re)habilitation in the treatment of oropharyngeal dysphagia in these children.